O aquecimento global é o fenômeno de aumento das temperaturas do planeta Terra para além do patamar considerado normal, sendo entendido como a intensificação do efeito estufa. A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) estima que a Terra estava 1,36º C mais quente no ano de 2023 do que a média do período pré-industrial. A maior parte do aquecimento aconteceu a partir da segunda metade da década de 1970. Mas, não somente isso: as temperaturas registradas nos últimos 10 anos foram as mais altas já verificadas desde o início das medições. Devido às conseqüências danosas ao meio ambiente e aos seres humanos, o aquecimento global é classificado como um problema ambiental gravíssimo. Aliás, por conta de seu agravamento, em 2023, o Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, cunhou a expressão ebulição global para descrever a atual fase do aquecimento global (aumento acelerado das temperaturas da Terra e intensificação das mudanças climáticas) e para alertar para os riscos do agravamento da elevação das temperaturas médias do planeta Terra, ainda que a Associação Internacional dos Negacionistas Climáticos, cujo presidente de honra é o Senhor Donald John Trump, criminosamente, negue tudo isso. Mas, por que criminosamente? Porque negar o fenômeno do aquecimento global é um crime contra a Humanidade ou crime de lesa-humanidade.

 

Ebulição Global

As temperaturas do planeta Terra começaram a aumentar significativamente após o advento da Primeira Revolução Industrial, na Inglaterra, no século XIX. A Primeira Revolução Industrial foi a transição para novos processos de produção, na Grã-Bretanha, na Europa continental e nos Estados Unidos, a partir de aproximadamente 1760 até algum momento entre 1820 e 1840. Esta transição incluiu a passagem de métodos de produção manual para a produção mecânica, novos processos de fabricação de produtos químicos e metalúrgicos, o uso de energias a vapor e hidráulica, o desenvolvimento de máquinas-ferramentas e a ascensão do sistema fabril mecanizado. Além do aumento da produção, houve também, nesse período, um crescimento populacional sem precedentes. A indústria têxtil foi dominante da Primeira Revolução Industrial em termos de geração de empregos, valor da produção e volume de capital, além de também ter sido a primeira a usar os novos métodos e novas técnicas. A Revolução Industrial começou na Grã-Bretanha, onde também foram introduzidas as mais significativas inovações tecnológicas e arquitetônicas.

Ainda que este tenha sido um momento-chave na História da Humanidade, sobretudo pelo desenvolvimento do sistema econômico capitalista, vigente até hoje, houve a intensificação da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), entre os quais o dióxido de carbono (CO2), e da exploração comercial desenfreada e incontrolável do meio ambiente. Tudo isto contribuiu para a degradação do meio ambiente e para o início do processo que conduziria ao que, hoje, se conhece como aquecimento global [Novo (A)normal do Clima].

 

André Trigueiro se esfalfando para alertar para o Novo (A)normal do Clima

 

Levando em consideração o exposto acima, é possível afirmar que as causas do aquecimento global são as atividades humanas (ou antrópicas), que se desenvolveram e se tornaram cada vez mais complexas com o passar do tempo. Em outras palavras: as atividades antrópicas e seus produtos são os causadores do aquecimento global, o que abrange:

* aumento da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) por meio de motores a combustão e da atividade industrial, inclusive pela geração de eletricidade – usinas termoelétricas, termelétricas ou centrais termoelétricas, que são instalações industriais usadas para geração de energia elétrica (suja), a partir da energia liberada por qualquer produto que possa gerar calor, como, por exemplo, bagaço de diversos tipos de plantas, restos de madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e carvão mineral;

* remoção da cobertura vegetal e ampliação das áreas desmatadas, o que promove a liberação de uma grande quantidade de carbono (CO2) na atmosfera; e

* promoção de queimadas na vegetação, o que, muitas vezes, está associada à abertura de áreas para a instalação de infra-estruturas ou para a produção agropecuária.

 

 

 

O aquecimento global e o efeito estufa são dois conceitos relacionados e que, freqüentemente, aparecem juntos, mas, são fenômenos distintos, que não podem ser confundidos.

O efeito estufa é um fenômeno natural resultante da retenção de uma parte do calor emanado pelo Sol para o planeta Terra. É ocasionado pelos chamados Gases do Efeito Estufa (GEE), os quais impedem que parte do calor retorne para o espaço, ficando retido no Planeta. Os principais Gases de Efeito Estufa são: vapor de água (H2O), óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), ozônio (O3) e clorofluorcarbonetos (CFCs).

 

Clorofluorcarbonetos

 

 

Moléculas de CFC

 

 

Reações Químicas do CFC com o Ozônio
(As duas últimas reações acontecem de forma cíclica e, assim, uma única molécula
de CFC poderá destruir e impedir a formação de até 100.000 moléculas de ozônio!
Esse fenômeno causa a destruição na camada de ozônio, o que aumenta a entrada
de raios UV na atmosfera causando grandes problemas como o câncer de pele,
a catarata, a diminuição do fitoplâncton e a redução das colheitas. Isto é terrível!)
Vale a pena consultar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Clorofluorocarboneto

 

O aquecimento global é um fenômeno de origem antrópica, isto é, causado pela ação dos seres humanos, se refletindo diretamente no meio natural. É ocasionado pela ampliação da emissão de Gases do Efeito Estufa, principalmente do CO2, o que aumenta a retenção de calor pela atmosfera e torna o efeito estufa mais intenso. Por conta do aquecimento global, as temperaturas médias do planeta Terra têm aumentado acima da média, o que causa diversos problemas, como as mudanças climáticas, que ameaçam o equilíbrio ambiental e a manutenção das espécies.

 

As conseqüências do aquecimento global estão sendo debatidas pela comunidade científica desde, pelo menos, a década de 1970, quando aconteceu a primeira conferência dedicada à discussão sobre o clima global e o meio ambiente. A primeira conferência global dedicada à discussão sobre o clima global e o meio ambiente foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Conferência de Estocolmo), realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Esta conferência é considerada um marco histórico na área ambiental, pois, foi a primeira reunião internacional para discutir a degradação do meio ambiente e lançar as bases para a proteção ambiental. Enfim, muitas das conseqüências do aquecimento global previstas no passado estão sendo identificadas no momento presente, especialmente as alterações na dinâmica climática da Terra. Algumas das conseqüências da elevação das temperaturas terrestres são:

* mudanças climáticas causadas pelas alterações na dinâmica atmosférica, como é o caso do aumento das temperaturas do Planeta;

* derretimento das calotas polares e das geleiras e conseqüente aumento do nível dos oceanos, deixando os ursos-polares e o resto do bicharedo maluquetes da silva;

 

 

* aquecimento das águas dos oceanos, resultando na sua acidificação (diminuição contínua do pH dos oceanos da Terra);

* perda de biodiversidade e extinção de espécies de animais e de plantas devido à não adaptação às novas condições climáticas impostas pelo aquecimento global;

* desequilíbrio de ecossistemas e dos ciclos biogeoquímicos que acontecem em a Natureza e que são os principais responsáveis pela manutenção da biota (conjunto de todos os seres vivos de uma região);

* diminuição das reservas de recursos naturais essenciais para a vida humana;

* problemas com a produção agrícola e perda de lavouras, o que resulta em uma menor produção de alimentos, o que pode vir a ocasionar a escassez de alguns itens (podendo resultar em uma fome sem precedentes para a Humanidade);

* aumento do número de doenças provocadas pela poluição, particularmente, as viroses, pelo calor e pelas demais alterações no clima do planeta Terra; e

* aumento do número de refugiados do clima, pessoas atingidas pelos fenômenos extremos decorrentes das mudanças climáticas.

As mudanças climáticas causam, sobretudo, a ocorrência, cada vez mais freqüente, de fenômenos atmosféricos extremos, como:

* períodos de frio muito intenso;

* calor exacerbado e ondas de calor cada vez mais duradouras;

* intensificação do El Niño (fenômeno climático global que surge de variações nos ventos e nas temperaturas da superfície do mar sobre o Oceano Pacífico tropical) e da La Niña (fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental) que têm se instalado com maior recorrência;

* chuvas muito volumosas que não se comparam a outras registradas nas mesmas localidades (como, por exemplo, a pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, que aconteceu em 2024, na qual as fortes chuvas que atingiram o Estado em maio provocaram a morte de 183 pessoas e deixaram, até a última atualização da Defesa Civil do Estado, 27 desaparecidos);

 

Cavalo Caramelo
(Cavalo-símbolo das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024)

 

* secas severas que perduram por muito mais tempo do que seria considerado normal.

 

Seca severa vem desafiando diversas regiões brasileiras

Há duas medidas básicas que podem ser adotadas pelas empresas e pelos Governos para diminuir os impactos do aquecimento global. São elas:

* transição para uma matriz energética mais limpa e renovável e

* adoção de políticas de neutralidade de emissões de carbono (CO2).

 

Possíveis Medidas para Reduzir o Aquecimento Global

 

* Alteração da matriz energética para fontes renováveis e limpas, reduzindo, assim, a dependência dos combustíveis fósseis, tanto para a frota de automóveis quanto para a geração de energia elétrica.

 

Energia Eólica

 

* Implementação de novas maneiras de se produzir, tanto no setor primário quanto no setor secundário, visando à adoção de métodos sustentáveis que garantam a menor produção de poluentes e a redução dos impactos ambientais.

* Recrudescimento da fiscalização e da punição de indivíduos e de empresas que provoquem danos ao meio natural, como desmatamentos sem autorização, queimadas ilegais, descarte irregular de dejetos, entre outras atitudes prejudiciais e criminosas.

* Desenvolvimento de projetos de reflorestamento e de recuperação de áreas degradadas.

* Ampliação da educação ambiental, de modo a conscientizar a população, que também deve colaborar na luta contra o aquecimento global por meio de ações, como a mudança de hábitos de consumo, a escolha por combustíveis menos poluentes, a reciclagem e outras.

 

 

 

Comboio de Dores
(Parafraseando a Autopsicografia Pessoana)

 

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor,
A dor que deveras sente.

Os seres-aí são sujadores.
Sujam tão nojentamente,
que cagam mole para as dores,
que impõem a toda a gente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas, só a que eles não têm.

E os que sofrem com a sujeira
não têm como mudar a coisa.

fazer o quê? Esperar a loisa!

E assim, nas calhas da roda,
Gira, a entreter a razão
– Esse comboio de corda,
Que se chama coração.

Assim, vai se escoando a vida...
Na contramão...
Esse comboio de dores
– que se chama encarnação.

 

Addendum

 

Por isto, precisamos mudar,
o lutando:
pela , ;
pela , nos .