A SUPREMA REALIZAÇÃO
(3ª Parte)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Informação Preliminar

 

 

 

Este estudo se constitui da 3ª parte de um conjunto de fragmentos garimpados e eventualmente comentados na obra A Suprema Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti, que reúne o essencial de algumas palestras realizadas pelo grande pensador, na Índia, em 1965, nas quais ele abordou temas de crucial importância como: só a mente lúcida vê o real, o poder do amor, a virtude do silêncio, uma diferente maneira de viver, vida criadora, urge que nos transformemos, morrer para o passado etc.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Jiddu Krishnamurti

Jiddu Krishnamurti

 

 

 

Jiddu Krishnamurti (Madanapalle, 11 de maio de 1895 – Ojai, 17 de fevereiro de 1986) foi um filósofo, escritor, orador e educador indiano. Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica, meditação, conhecimento, liberdade, relações humanas, a natureza da mente, a origem do pensamento e a realização de mudanças positivas na sociedade global. Constantemente, ressaltou a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano, e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, seja política, seja social. Uma revolução que só poderia ocorrer através do autoconhecimento, bem como da prática correta da meditação do ser-humano-aí-no-mundo liberto de toda e qualquer forma de autoridade psicológica.

 

O cerne dos seus ensinamentos consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade só poderá acontecer através da transformação da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das influências restritivas e separativas das religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos foram por ele constantemente realçadas.

 

 

 

Fragmentos Krishnamurtianos

 

 

 

Você já reparou que a maioria de nós dá sempre mais importância à idéia, e não à ação?

 

Preferimos não mudar
do que arriscar.
Preferimos continuar
do que batalhar.
Preferimos horizontalizar
do que verticalizar.
Preferimos não olhar
do que confrontar.
Preferimos nos enganar
do que reajustar.
Preferimos remendar
do que restaurar.
Preferimos imitar
do que criar.
Preferimos ajoelhar
do que nos libertar.

 

Nós só poderemos operar, em nós mesmos, uma mudança efetiva, uma transformação bem-sucedida, sem fugir à sociedade, quando nos libertarmos das idéias [e das diversas formas de tradição que nos impuseram].

 

Deus ou qualquer outro nome é uma engenhosa invenção do homem, a qual ele mascara com incenso, rituais, oblatas, sacrifícios, várias formas de crenças e de dogmas, idéia que está a separar os seres-humanos-aí-no-mundo em católicos, evangélicos, judeus, hindus, muçulmanos, parses, budistas etc. Essa engenhosa estrutura foi erguida pelo ser-humano-aí-no-mundo, e o próprio ser-humano-aí-no-mundo, seu inventor, nela se acha submerso e aprisionado. Sem compreendermos o mundo atual, o mundo em que vivemos, esse mundo de agonias, de confusão, de sofrimentos, de ansiedades, de desesperos, de aflições, de solidão total, coisas que produzem um sentimento de absoluta inutilidade da vida, se não compreendermos tudo isto, a mera aquisição de [novas] idéias e de mais [novas] idéias, por mais satisfatórias [e explicativas] que sejam, nenhum valor qualquer uma delas terá. [O exemplo mais flagrante disto é a tal Teoria Cosmológica do Big Bang ou da Grande Expansão, mais uma babaquice pseudocientífica que acabará por cair em descostume. Igualmente a absurda Teoria da Retrocausalidade.]

 

Quando eu era garotinho,
e me preparava para fazer a 1ª Comunhão,
entre outras coisas, me ensinaram:
Deus é um espírito perfeitíssimo e eterno,
criador do céu e da Terra e nosso Pai.
Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem.
Jesus Cristo foi enviado à Terra para nos salvar.
Jesus Cristo fundou a Igreja Católica.
A Igreja é a casa de Deus, onde nos reunimos para rezar.
Ter fé é acreditar em Deus e em tudo o que Ele revelou.
Pecado é uma desobediência à Lei de Deus Pai.
Sinceramente, eu nunca entendi nada disso.
Na verdade, isto me trouxe uma aflição gigantesca.
Já naquela época, eu pensava
± assim:
supondo que exista um Deus,
como alguém tão limitado poderá saber
o que Deus é e o que Deus não é?
O que Deus quer e o que Deus não quer?
O que Deus gosta e o que Deus não gosta?
O que Deus pensa e o que Deus não pensa?
O que Deus faz e o que Deus não faz?
Ora, se foi Deus quem do nada criou tudo,
a responsabilidade toda de tudo só pode ser Dele.
Mais tarde, comecei a questionar:
será o Deus dos judeus diferente
do Deus dos muçulmanos?
Será o Deus dos hinduístas diferente
do Deus dos budistas?
Será o Deus dos católicos diferente
do Deus dos xintoístas?

Será o Deus dos candomblecistas diferente
do Deus dos umbandistas?
Será o Deus dos UTs diferente
do Deus dos Ts, dos ETs e dos ITs?
Será o Deus da Via Láctea diferente
do Deus da Galáxia do Girassol?

E o tempo passou e continuei sem entender.
E o tempo passou e, um dia, eu me libertei
de todas essas invencionices escabrosas,
nec caput nec pedes,
nec pedes nec caput.
E o tempo passou e eu decidi
transmitir a todos a minha experiência,
para que todos possam se libertar também.
Intuí que não existe salvação de nada,
e que cada ser-existente-no-Universo
é um elo de uma corrente ilimitada.
Não há elos preferidos ou escolhidos.
Não há elos endemoniados nem elos santificados.
Não há elos malditos nem elos benditos.
Não há elos salvos nem elos condenados.

Não há elos mais isto nem elos mais aquilo.
Não há elos menos isto nem elos menos aquilo.
O que afetar um afetará todos,
porque o mesmo + o outro = 1.
Só há um Unimultiverso, só há uma corrente
e tudo + todos estão quanticamente entrelaçados
– Entrelaçamento Quântico Cordial Unimultiversal.

 

Simplesmente, devemos escutar. Devemos aprender a escutar, sem levantar barreiras ao escutar, com nossos pensamentos, com nossos preconceitos, com nossos coisismos, com nossos fanatismos, com nossas manias, com nossas separatividades, com nossas crenças, com nossas tradições, com nossas contradições etc. Escutar. Simplesmente escutar. Aprender significa escutar totalmente, observar completamente. Por exemplo, ao escutarmos o barulho dos corvos, não devemos escutá-lo misturado com os nossos próprios barulhos, com os nossos temores, com os nossos pensamentos, com as nossas idéias, com as nossas opiniões. Se assim fizermos, veremos, então, que não haverá idéia nenhuma, que estaremos escutando realmente.

 

O nosso cérebro deve se tornar sensível e aprender a estar em Silêncio, vigilante, não influenciado por nenhum gosto, nenhuma aversão [e, se possível, nenhum apego]. Isto dependerá da profundeza, da abundância, da riqueza e da plenitude do nosso autoconhecimento.

 

Enquanto nossa mente estiver repleta de idéias, de crenças, de conceitos, de fórmulas, de proibições e de deveres, não existirá, nela, espaço em que possamos nos mover em completa liberdade, em que nossa mente possa estar aberta, em Silêncio. O Silêncio, pois, é inseparável do espaço-tempo. O Silêncio não é um fim, um resultado de determinada prática ou da exigência de um dado desejo. Ele virá naturalmente e, por conseguinte, sem esforço algum. Não deveremos praticar o Silêncio, porque no silêncio nada há o que praticar. E assim, só poderemos alcançar o Silêncio naturalmente. Seremos, então, a nossa própria Luz, um ser-humano-aí-no-mundo livre. Não teremos mais medo; não haverá mais guru, não haverá mais tradição. Seremos um ser-humano-aí-no-mundo vivo. Tudo isto sucederá tão naturalmente como o dia sucede a noite.

 

Quando a mente compreender a total natureza do conflito existente no mundo e dentro em nós mesmos, então, desta compreensão nascerá o Silêncio. E, neste silêncio, há uma energia poderosa.

 

Celibato = Desperdício de Energia. O esforço despendido em recalcar, em controlar e em repelir o desejo deforma a mente. Não é o sexo, em seus diferentes aspectos, nem o próprio ato sexual, porém, os ideais, as imagens, o prazer e o constante pensar neles que constituem o desperdício de energia. Assim, a maioria das pessoas desperdiça energia pela negação do desejo ou mediante o voto de castidade ou o ato constante pensar no sexo.

 

 

Fernandel – Don Camilo

 

 

O ser-humano-aí-no-mundo religioso não é o que pratica rituais diversos, que segue tradições, que vive em uma cultura passada e morta a interpretar incessantemente o Gita ou a Bíblia, a entoar intermináveis litanias ou o que vive como sanyasi; esse não é um homem religioso, porque está a fugir dos fatos. Religioso é o ser-humano-aí-no-mundo que tem o máximo interesse em compreender a sociedade e a si próprio, pois, sabe que não é uma entidade separada da sociedade. [Só há um Unimultiverso e tudo + todos estão quanticamente entrelaçados – Entrelaçamento Quântico Cordial Unimultiversal.]

 

 

 

 

Operar em si próprio uma mutação completa significa a total cessação da inveja, da avidez, da ambição [e de todos os apegos].

 

O Verdadeiro ser-humano-aí-no-mundo Religioso é um ente responsável, e, portanto, deve compreender a si mesmo como produto da sociedade que ele próprio criou.

 

A fuga aos fatos, através das idéias, não só dissipa a energia, mas, também, impede o contato direto com os fatos. Ora, devemos dar toda a atenção aos fatos, em vez de procurar observá-los através de uma idéia, [qualquer idéia], pois, as idéias impedem a atenção. [Quanto a isto, pergunto: haverá exemplo melhor do que as diversas ideologias, que digladiam e não se entendem entre si? Sinceramente, penso que não haja. Basta ver, mesmo superficialmente, o que, por conveniência, o super-extrema-direitista Sr. D. J. Trump (e os seus apaniguados), entre outras coisas, está fazendo com a Economia Mundial. Caos total! Todavia, depois que o Sr. Presidente Trump vestir definitivamente o pijama – previsto para acontecer no dia 20 de janeiro de 2.029 levará décadas e mais décadas para que os EUA reconquistem (se reconquistarem!) o respeito, a admiração e a confiança da comunidade internacional, pois, na atualidade, segundo todos os analistas, infelizmente, se tornaram um país não confiável, desamigo e caotizador. Mas, isto será muito mais difícil e muito mais complicado com países como o Brasil e a Índia, que, busca reduzir sua dependência dos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial em exportações, que, como o Brasil, acabou de receber de presente do Donald um supertarifufu de 50% – medida que teve como objetivo punir o país por importar petróleo Russo e ajudar a Rússia a financiar a guerra contra a Ucrânia – e que, por isso, recentemente, se aproximou da Rússia e da China, para formar um trio estratégico e estabelecer uma nova ordem mundial. Ora, isto estabelecido não terá retorno, e os chineses e os russos adoraram. Seja como for, apesar de os EUA ainda serem a maior superpotência global, devido ao seu robusto exército, o maior do mundo em gastos, e à sua Economia, que ainda é a maior em valores correntes e a mais influente em nível internacional, através do domínio dos serviços e das suas empresas multinacionais, o país está perdendo, e perderá irreversivelmente cada vez mais, influência nas decisões e nos acordos multilaterais. Pessoalmente, eu vejo tudo isso como uma espécie de preparação ou de ensaio educativos para o futuro duplo advento da 6ª e da 7ª Raças-raízes, desta 4ª Ronda, pois, quando se manifestarem na Terra, não existirá mais nenhuma forma de hegemonia, de supremacia ou de superioridade (seja cultural, seja econômica, seja militar, seja qual seja). Os que não se conformarem com isso e insistirem em alimentar e tentar manter a maldita, intolerante e preconceituosa Grande Heresia da Separatividade, inexoravelmente, serão temporariamente afastados desta atual Onda Evolutiva Terrestre. O problema é quanto tempo durará esse temporariamente!]

 

De maneira geral, nós desperdiçamos nossa energia fazendo esforço, e esse desperdício nos impede de entrar em contato direto com o fato. Religiosa é apenas a mente que está livre do esforço.

 

Por medo, obedecemos, imitamos [e nos tornamos cúmplices malditos]. Somos entes humanos medrosos, obedientes e imitadores. Nada temos de original. Somos o resultado do espaço-tempo, o resultado de muitos milhares de dias passados, [que já foram esquecidos]. Desde a infância, fomos educados para imitar, copiar, obedecer, repetir a tradição, seguir as Escrituras, obedecer à autoridade e ajoelhar. Não me refiro à autoridade da lei, que deve ser [respeitada e] obedecida, porém, à autoridade das Escrituras, à autoridade espiritual, ao padrão, às fórmulas espirituais, aos dogmas, [ao argumento de autoridade, ao argumento ab absurdo, ao argumento ad hominem, ao argumento ad ignorantiam, ao argumento ad verecundiam, ao argumento cosmológico, ao argumento do desígnio, ao argumento baculino etc.] Mas, o ser-humano-aí-no-mundo que compreende, que vê claramente e que está muito atento não teme. Por conseguinte, não tem razão nenhuma para obedecer e imitar. Ele é “ele próprio” (o que quer que “ele próprio” seja) em todos os momentos. Assim, a imitação, a obediência cega, o ajustamento a um padrão religioso ou, em vez de um padrão religioso, à própria experiência são sempre conseqüências do medo. E o homem que tem medo seja de Deus, seja da sociedade, seja de si próprio não é um ente Religioso. Só é livre e Religioso o homem que não teme.

 

Há uma energia específica que não resulta de conflito, porém, que nasce quando a mente compreendeu todas as suas fugas recalcamentos, divergências, imitações, medos etc.

 

Só a Mente Verdadeiramente Religiosa [livre, que não segue religião alguma] poderá compreender a natureza da Morte [não da morte como a entendemos, mas, da Morte dos desejos, das cobiças e das paixões, o que só poderá acontecer pela Compreensão (sem esforço)]. Pois, sem a Compreensão da Morte, não haverá Compreensão do Amor. A Morte não é o fim da vida. Não é uma conseqüência de doença, da senilidade ou de um acidente. A Morte é uma coisa com que temos de viver todos os dias, Morrendo para tudo o que conhecemos. Portanto, se não conhecermos a Morte, jamais conheceremos o Amor. Enfim, o Amor não é memória. Também não é um símbolo, uma imagem ou uma idéia. O Amor também não é um ato social e não é uma virtude. Havendo Amor, ipso facto, haverá virtude. Logo, não precisaremos lutar para nos tornarmos virtuosos. Se ainda não conhecemos o Amor, é porque ainda não compreendemos o que é Morrer Morrer para as nossas experiências, Morrer para os nossos prazeres, Morrer para qualquer memória oculta, inconsciente. E, quando tudo trouxermos à luz e morrermos a cada minuto para a nossa casa, para as nossas lembranças, para os nossos prazeres, [para os nossos apegos] – então, Morreremos voluntária, facilmente e sem esforço, e saberemos, então, o que, de fato, é o Amor. Definitivamente, sem a Beleza, sem a Compreensão da Morte e sem o Amor, jamais encontraremos a Realidade [Atualidade Unimultiversal, desde sempre a mesma]. Poderemos fazer o que quisermos acreditar, ir aos templos, orar, seguir todos os gurus criados pelos seres-humanos-aí-no-mundo ininteligentes [e descaradíssimos] – todavia, por este caminho tenebroso jamais encontraremos a Realidade, pois, esta Realidade é Criação [Interior].

 

Só quando houver uma concentração de energia que não resulte de qualquer esforço, sem movimento e sem direção alguma, poderá acontecer a Criação [Interior]. E esta criação é a Verdade. E esta criação é Deus. E esta criação é a Paz. E esta criação é a Beleza. E esta criação é o Amor. [Esta Criação É-O-QUE-É.]

 

No mínimo, é curioso que os seres-humanos-aí-no-mundo, que já viveram tantos milênios de história escrita e já tenham travado milhares de guerras, não tenham ainda conseguido viver em paz com os seus semelhantes, pois, o nacionalismo, tão destrutivo e turbulento, predomina em toda a parte. A despeito dos incessantes esforços despendidos pelos seres-humanos-aí-no-mundo para instaurar a paz em seu interior e também no exterior, até hoje, para todos nós, foi impossível estabelecermos uma Paz Perpétua – [como propôs Immanuel Kant, em 1795] – profunda e inabalável. E por que isto é assim? Porque há algo de radicalmente falso e destrutivo que existe nos entes humanos, que os divide em nacionalidades e lhes fragmenta o espírito em partidos políticos e em seitas religiosas, com dogmas e crenças de toda espécie. [E assim, surgem, por exemplo, os malditos governos totalitários, os malditos governos autoritários, os Pinochets, os Videlas, os Stroessners, os Duvaliers, os Fujimoris, os Bolsonaros, os Braga Nettos, as tentativas despatrióticas e violentas de golpe de Estado, as tentativas despatrióticas e violentas de abolição do Estado Democrático de Direito, as despatrióticas e violentas conspirações contra a Democracia, as Operações Punhal Verde-amarelo, 142 e Luneta...]

 

 

Baruch de Espinoza

 

 

Não há qualquer diferença entre aprovar e apoiar uma guerra que chamamos “justa” e condenar aqueloutra que chamamos “injusta”. A guerra, a violência e a desordem são caminhos que nunca nos levarão à paz, por mais que nos esforcemos por alcançá-la. A paz que se alcança por estes caminhos será sempre um intervalo entre duas calamidades, entres duas guerras, entre duas destruições, [entre duas mortes].

 

Temos que achar uma nova maneira de viver, não teoricamente, em intermináveis conferências, porém, na vida real de cada dia e de todos os dias. Isto implica uma total revolução em nossos modos de pensar, de viver e de sentir. E a menos que realizemos, nós mesmos, como entes humanos, esta mudança-revolução, nunca teremos ordem, paz e um estado mental em que possa florescer a Bondade [e a Misericórdia Amorosa]. Se nos furtarmos a enfrentar os fatos, ver-nos-emos completamente perdidos em uma floresta de opiniões, [de achismos e de cousismos, de miragens e de ilusões]. E as opiniões, por mais engenhosas, eruditas ou racionais que sejam, pouco significam, quando nos encontramos na presença do ódio, do preconceito, da desordem e da violência. É isto o que estamos vendo, atualmente, em todo o mundo. Portanto, as guerras que se estão travando no mundo são nossas guerras também, não apenas dos que nelas combatem. [Enquanto um... Todos nós.]

 

 

Se não formos capazes de considerar e de equacionar desapaixonadamente o problema das guerras, então, como entes humanos, iremos viver mais cinco mil anos a batalhar, a nos torturar mutuamente e a nos entrematar.

 

A ordem exterior não será possível enquanto houver conflito interior, pois, estaremos sempre a travar uma batalha de ódio, de inveja, de avidez, de competição e de idéias brutais a respeito dos “outros”. Havendo, por exemplo, qualquer preconceito de nacionalidade, este veneno não permitirá que haja ordem. Enquanto nos isolarmos e ficarmos a “cultivar o nosso quintal”, a ordem não poderá acontecer.

 

Chega pra lá, seu Juvenal,
vá cultivar o seu quintal.
Certo ou errado, bem ou mal,
eu cultivarei o meu quintal.

 

A ordem interior só começará a nascer se, preliminarmente, nós não pertencermos a nenhuma religião, a nenhuma nacionalidade, a nenhuma classe, a nenhum partido político. E a ordem deverá começar dentro, [in Corde], em nós mesmos, para, depois, se manifestar exteriormente. Portanto, só poderá haver ordem quando em nosso interior imperar a Ordem.

 

 

Relógio

 

 

Eu tive um relógio
que era lindo por fora,
mas, atrasava e adiantava.
Ele só era lindo por fora!

 

Só o percebimento do que é falso produzirá a ordem. A ordem, por conseguinte, só se realizará por meio da negação, e não pela ação positiva da vontade.

 

Quando há Amor há Comunhão, e, então, as palavras têm um perfume diferente, isto é, têm diferente significado e têm diferente valor.

 

 

Martin Luther King Jr.

Martin Luther King Jr.

 

 

A nossa vida é tão curta, que devemos viver completamente hoje, e não amanhã. [Na verdade, devemos viver o ]

 

Eu resolvi deixar para amanhã,
porém, acabei morrendo hoje.
Quando haverá um novo amanhã?
Não sei, mas, não será hoje!

 

A Ordem [como tudo na vida] só poderá brotar da Compreensão [da desordem].

 

 

 

 

Precisamos estar atentos à nossa vida-conduta diária, de ódio, de agressividade, de competição, de antagonismo, de separatividade, de preconceito, de ambição, de autoritarismo, de golpismo, de busca de poder, de posição e de prestígio, pois, todas estas coisas são fatores de desordem —› causadores das guerras. E a guerra, que é pura violência, se alimenta da inexistência de ordem. Enfim, a ordem, por conseguinte, só será possível se compreendermos os fatores da desordem.

 

O que produz a união é a compreensão da desunião. O nacionalismo, as organizações, as crenças, os fanatismos, os ufanismos, os dogmas religiosos, os diversos tipos de preconceito, as diversas formas de autoritarismo, as atitudes intelectualistas perante a vida etc. são fatores de desunião. Entretanto, repetimos continuamente o mesmo padrão, [e ao repetirmos interminavelmente o mesmo desarmônico e nocivo padrão, não compreendemos lhufas, não nos libertamos de xongas, continuamos na mesma e na mesma continuamos. Enfim, eu só gostaria de saber o que está se passando na mente do Sr. J. M. Bolsonaro e dos golpistas que o apoiaram, que, na atualidade, estão sendo julgados pelo STF, e que, provavelmente, serão todos condenados, com exceção, talvez, de um ou outro. Por todos eles, devemos sentir Amor e Misericórdia, porque fizeram o que fizeram maiormente por ignorância sesquipedal das Leis Unimultiversais. Enfim, tem se falado muito em uma anistia ampla, geral e irrestrita para propor um perdão (amplo, geral e irrestrito) e o arquivamento de processos dos envolvidas na tentativa de golpe de Estado (para o Bolsonaro et caterva) e para as condenações dos manifestantes (inocentes úteis, buchas de canhão e minions bolsonaristas) nos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A constitucionalidade de uma anistia para conspiradores de golpe de Estado é amplamente questionada por juristas e Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pois, a Constituição protege a Democracia e o Estado de Direito. Tal medida seria inconstitucional, uma vez que a própria Constituição não admite anistia para crimes inafiançáveis e imprescritíveis, como os que atingem a ordem constitucional. Para o STF, uma lei de anistia para esses crimes afetaria o núcleo da Constituição, tornando-a uma cláusula pétrea que nem mesmo uma emenda poderia suprimir.]

 

2.025: Principais Golpistas Brasileiros

 

Com relação à compreensão, ou se compreende integralmente a coisa ou não se compreende absolutamente coisa nenhuma. [Não existe meia compreensão, 90% de compreensão etc.] Logo, só da plena claridade-compreensão poderá nascer a ordem. Portanto, não há o que deveria ser e “o que não deveria ser”; só há o que, de fato, é.

 

Há milhares de anos [pelo menos, desde a Terceira Raça-raiz] – vivemos com medo e continuamos incapazes de romper as trevas do(s) cagaço(s) [que criamos]. Por causa do medo é que nós somos violentos. Todavia, pela observação da Vida, dos incidentes de cada dia, concluiremos que não existe nenhuma segurança absoluta, que a Vida é movimento, ou seja, é um eterno vir-a-ser e [uma eterna mudança]. Só o ser-humano-aí-no-mundo que for capaz de [internamente] se mover com a Vida e de transcender o seu movimento pessoal e egoísta encontrará a paz, a alegria e a eternidade [em seu Coração]. Mas, isto só poderá acontecer, se nos libertarmos de todo(s) o(s) medo(s). E, para nos libertarmos de todo(s) o(s) medo(s), precisaremos compreender o(s) medo(s), observando-o(s) dentro de nós mesmo, sem rejeitá-lo(s), sem evitá-lo(s), sem recalcá-lo(s). Deveremos, tão-só, observá-lo(s) com olhos límpidos e “escutá-lo(s)” completamente. [Um dia ouviremos o medo nos dizer: Foi você que me criou; eu nunca existi, não existo de fato e, efetivamente, jamais poderei existir. Este será o princípio da nossa Libertação.]

 

 

Quando estamos submissos a uma idéia, e, portanto, ajustados a uma tradição, [qualquer que seja ela], isto não tem nenhum valor.

 

Só a mente livre é capaz de Compreender.

 

 

 

Continua...

 

 

 

Música de fundo:

Sinfonia nº 6 em Fá maior, Op. 68, "Pastorale": I. Allegro ma non troppo
Compositor: Ludwig van Beethoven
Interpretação: Yo-Yo Ma, Emanuel Ax & Leonidas Kavakos

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=qyr-IE8HmIs

Observação:

A Sinfonia nº 6 em Fá Maior, opus 68, de Ludwig van Beethoven, também chamada Sinfonia Pastoral, é uma obra musical precursora da música programática. Esta Sinfonia foi completada em 1808, e teve a sua primeira apresentação no Theater an der Wien, em 22 de dezembro de 1808. Dividida em cinco andamentos, tem por propósito descrever a sensação experimentada nos ambientes rurais. Beethoven insistia que essas obras não deveriam ser interpretadas como um quadro sonoro, mas, como uma expressão de sentimentos. É uma das mais conhecidas obras da fase romântica de Beethoven.

 

Páginas da Internet consultadas:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Snake_can_be_completed.gif

https://edmundojornalista.medium.com/pcc-a-ascens
%C3%A3o-do-crime-organizado-9678743319a6

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Hamas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Shabaab

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mossad

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http://montres-louiserard.ch/en

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Baruch_Espinoza

http://samoexxxporno.ru/la-guerra-es-la-paz.html

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